Unidades
Estratigráficas
Unidades Estratigráficas consistem em blocos rochosos que servem como
referência para estudos estratigráficos.
Podem ser divididos em:
Unidades Objectivas – Unidades que podem ser estudadas através de observações
directas.
- Unidades Litostratigráficas
Unidades Abstractas – Temporais. Dentro destas unidades temos:
As unidades biostratigráficas e cronostratigráficas.
Unidades Litostratigráficas
Conjunto de estratos que constituem uma unidade. São constituídos maioritariamente
por certos tipos de combinação litológica, ou por apresentaram características litológicas
em comum com a finalidade de serem agrupados consoante estas características.
São divididas em:
Grupo
Formação
Membro
Camada
Grupo – Corresponde a um conjunto de duas ou mais formações, não sendo necessário
pertencerem ao mesmo local.
Formação – Constitui um conjunto distinto de camadas de Rochas, agrupadas pelas
suas características líticas e posição estratigráfica. Podem ser reconhecidas e
mapeadas e podem ser constituídas por 2 ou mais membros. É definida por três termos:
A palavra formação, a litologia e o 3º termo será a localidade em que a formação
pertence.
Membro – É a unidade listostratigráfica, imediatamente abaixo da formação,
fazendo sempre parte desta. Não tem um limite numérico para a sua espessura. É
definido por : membro, litologia e nome
da localização geográfica
Camada - É a unidade com menor ranking na hierarquia na caracterização de uma
unidade litostratigráfica.
Unidades Biostratigráficas – Conjunto de camadas que contêm tipos específicos de
fósseis quer na horizontal quer na vertical.
Cenozonas - Conjunto de camadas em que o conteúdo fossilífero, constitui um
conjunto natural, distinguindo-os das camadas adjacentes. Esta unidade biostratigráfica,
é útil para ser usada como indicador de ambiente e para o estabelecimento de
correlações. Não apresentam grande significado temporal e os seus limites são definidos
nos extremos de ocorrência de conjunto característico.
Acrozonas – É uma subdivisão biostratigráfica utilizada para se referir à zona
de duração de um táxon .
Zonas de Extinção Vertical – São estruturas que representam os limites de uma
zona de amplitude de ocorrência de qualquer unidade taxonométrica .
Zona de Opel – É uma zona definida pelo primeiro ou último acontecimento de um
determinado taxón.
Filozona – É um conjunto de estratos que representa o intervalo de tempo
correspondente a uma linhagem evolutiva. Têm os seus limites muito próximos dos
limites das unidades cronostratigráficas tornando-se assim, o meio mais confiável
da correlação biostratigráfica.
Zona de Acne – Num conjunto de estratos, a abundância de um táxon, é
relativamente maior ao longo da secção. Está associada a factores ambientais. O
seu limite é caracterizado pelas grandes variações na abundância de um ou mais táxon,
que caracterizam a zona.
Zona de Intervalo – zona definida e identificada pela primeira e última ocorrência
de um dado táxon.
Unidades Cronostratigráficas

Unidades constituídas por um conjunto de estratos que contêm rochas formadas
durante um certo intervalo de tempo geológico. Estas unidades são limitadas por
superfícies isócronas, encontrando-se hierarquizadas sob uma divisão de tempo geológico.
EONOTEMA
ERATEMA
SISTEMA
SÉRIE
ANDAR
Eonotema e Éon - São as maiores divisões da História da Terraconstituídos por vários
Eratemas e Eras.
Eratema e Era – São categorias constituídas por Sistemas e Períodos, correspondem
a mudanças no desenvolvimento da Terra.
Sistema e Período – São unidades cronostratigráficas de fácil reconhecimento e
usados como referência à escala Global.
Séries – São subdivisões dos sistemas.
Andar – É a unidade base da cronostratigrafia. São conjuntos de estratos que
contêm fósseis de idade, que representam um intervalo de tempo.
Bibliografia :
http://estratoblog.blogspot.pt/2010/11/unidades-estratigraficas.html
http://estpal08.blogspot.pt/2008/12/unidades-litostratigrficas.html
http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/DIDATICOS/M%20RITA/aula13r.pdf
http://estratigrafiaepaleontologia2010.blogspot.pt/2010/12/unidades-estratigraficas.html
Fósseis
e Fossilização
Fósseis – Provém do Latim (Fossilis).
São os restos de antigos organismos, ou manifestações de sua actividade, quem
ficam relativamente bem preservados. Moldes nas rochas ou em outros fósseis são
exemplo desta conservação.
Fossilização
Antes de ser um fóssil, o organismo passa por vários processos, denominados
processos de fossilização.
Quando um organismo morre, este é inicialmente decomposto por bactérias e
fungos que destroem a matéria orgânica.
Tipos de Fósseis
Existem dois tipos de fósseis:
-Restos
-Vestígios
Restos – Tipo de fóssil que ocorre quando alguma parte do ser vivo é
preservada.
Podem ser compostos por: carbonato de cálcio (moluscos), celulose (vegetais) , Sílica (esponjas)…
Os Restos podem ser preservados de diversas formas:
Preservação total – Quando ocorre a preservação das partes moles do
organismo.
Âmbar – Consiste no endurecimento da
resina, que , quando seca , preserva assim o organismo.
Congelamento - Consiste na exposição de um organismo a temperaturas baixas, tornando assim difícil o processo de decomposição.
Por exemplo: O caso dos Mamutes.

Preservação com alteração dos restos esqueléticos
Carbonificação – Quando num processo de decomposição, a maioria dos elementos
químicos de um organismo podem ser perdidos permanecendo apenas o carbono. Devido
à presença deste elemento, estes fósseis, apresentam uma coloração escura.
Recristalização – Quando durante o processo de fossilização os minerais
presentes nas conchas e esqueletos dos organismos, sofrem uma
alteração/reajuste, formando assim outros minerais.

Substituição – Quando um mineral original de um fóssil é substituída por outro.
Preservação sem alteração dos restos esqueléticos
Quando ocorre a preservação das partes duras do organismo, sem alteração.
Incrustação – Quando é formada um envoltório ao redor dos organismos devido a
cristalização de um mineral que outrora fora transportado por água.
Permineralização-Quando as cavidades de um organismo são preenchidas por
sedimentos que estão ao redor desse organismo, com a ajuda da água.
Concreção – Quando um organismos se esta a decompor, este liberta alguns
compostos que podem ser atraídos por outros elementos químicos.

Vestígios de Fósseis
Tipo de fóssil que ocorre, com evidências indirectas dos seres vivos.
Ovos, pegadas, folha, etc.

A formação de vestígios, ocorre quando um organismo é depositado e fica a sua
impressão. Depois, através de processos químicos, físicos e de preservação,
milhares de anos mais tarde, podemos vir a ter um vestígio de fóssil.
Bibliografia
http://www.ufrgs.br/paleodigital/Restos.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%B3ssil
http://terrafosseis.blogspot.pt/2012/12/fosseis-de-era-paleozoico.html
A
Escala do Tempo Geológico
A escala do tempo geológico, representa a linha do tempo desde o presente até à
formação da Terra. Está dividido em: Éons, Eras, Períodos, Épocas, Idades.
Estas divisões baseiam-se nos grandes eventos geológicos e mudanças de biodiversidade
ao longo do tempo.
Existem dois tipos de datação: A radiométrica absoluta) ou relativa. Através do
método radiométrico pode calcular-se o número real de unidade de tempo (anos)
decorridos desde a ocorrência de um acontecimento através métodos radioactivos.
Os métodos relativos, fixam os acontecimentos numa escala “ antes e depois “.
Este método não serve para estabelecer uma duração para acontecimentos geológicos.
Este método tem como referência os fósseis de ambiente e de idade, tal como os
cinco princípios fundamentais (Continuidade Lateral, sobreposição de estratos,
horizontalidade, intersecção e inclusão).
Princípio da Continuidade Lateral – Em diferentes pontos da Terra, pode haver
uma sequência estratigráfica mesmo faltando um elemento, por assim dizer, é a correlação
entre estratos diferenciados lateralmente.

Princípio da Sobreposição de Estratos - Numa sequência não deformada de
estratos, a camada mais recente encontra-se por cima de uma mais antiga.
Princípio da Intersecção – Sempre que um estrato é intersectado por outro, o
que intersecta é sempre mais recente.

Princípio da identidade paleontológica – Dois estratos tem a mesma idade se
contiverem o mesmo fóssil de idade.

Princípio da Inclusão – Um fragmento incorporado num outro, é mais antigo do
que este.

Estratigrafia
A estratigrafia é o ramo da Geologia que estudo os estratos ou camadas de uma
rocha.
Está organizada em unidades mapeadas com base nas suas características com o
intuito de estabelecer a ligação de rochas no espaço e tempo para que seja possível
fazer a interpretação da história geológica. Vem do Latim (Stratum + grafia ).
A Estratigrafia segue principalmente o “ Principio da sobreposição de camadas”.
O estudo e definições de
Estratigrafia, são elaborados pela “ The International comisson on stratigraphy
“. Sendo este o maior corpo científico dentro da “ Internacional Union of
Geological Sciences “.
A Estratigrafia está dividida em vários
ramos consoante a origem da Rocha:
Litostratigrafia – É a mais antiga das divisões estratigráficas. Estabelece as
ligações rochosas com base na sua litologia.
Define a individualização dos blocos rochosos de outros, através da sua
litologia. O tamanho dos grãos e a sua composição química, são algumas das
propriedades das rochas que podem ser estudados na litostratigrafia.

Biostratigrafia – Como o nome indica, é a divisão da estratigrafia que estuda
os vestígios fossilíferos nos blocos rochosos podendo assim fazer a sua
correlação. Por exemplo, dois blocos com os mesmos fósseis tipo, são
provavelmente da mesma “idade”.

Cronostratigrafia – É a divisão que estuda a idade da rocha com base nos blocos
vizinhos.

Estratigrafia de Sequências – Divide e estabelece a ligação de depósitos
sedimentares e discordâncias através de escalas.
Termos fundamentais:
Estratos – Conjunto de rochas sedimentares, que pelas suas características
físicas e pelo seu conteúdo fossilífero, se diferenciam uns dos outros. É
também uma unidade estratigráfica caracterizada pela sua espessura e pela sua
atitude (Direcção e inclinação). Os estratos diferem entre si, pelas diferenças
das suas propriedades (composição mineralógica , cor …).

Estratificação – Conjunto de lâminas paralelas de grãos de diferentes tamanhos
e litologia, indicando sucessivas camadas de deposição. A disposição dos
sedimentos, é condicionada pela sedimentação. Existem vários agentes de
sedimentação, sendo que os mais importantes são: A água e o vento.
Quando a água perde a capacidade de transportar os grãos, estes depositam-se, originando
a sedimentação. A posição original dos estratos pode ser alterada pelas forças
tectónicas, perdendo a sua horizontalidade.
Fácies - Designa um corpo rochoso caracterizado por uma combinação de
propriedades (texturas, estrutura, geometria, conteúdo fossilífero…)
Correlação - Caracterização temporal que tem como objectivo demonstrar a
ligação de dois ou mais fenómenos geológicos. Pode ser aplicada a escala local
ou global.
Existem vários tipos de correlação:
-Litocorrelaçao
-Biocorrelaçao
-Cronocorrelaçao
bibliografia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estratigrafia
http://geohistorialx.webnode.pt/
História
da estratigrafia
Desde os tempos muito antigos, que o Homem procurava respostas acerca da origem
da Terra e a sua evolução ao longo do tempo, assim como , aprofundar o
conhecimento acerca da Natureza dos materiais terrestres e processos dinâmicos que
ocorrem à superfície e em profundidade.
Durante séculos houve estudos e desses estudos surgiram varias teorias.
Por exemplo, na China , acreditava-se que a Terra era imutável e eterna, que as
suas alterações eram evidencias de que os seus tempos estariam a chegar ao fim.
Um dos principais atrasos do estudo e desenvolvimento dos processos de formação
das rochas , foi o facto de ter surgido a ideia de que as rochas teriam sido
formadas no inicio da “ criação da Terra “.
Estas teorias só começaram a ser corrigidas quando se passou a dar importância
à observação de fosseis.
No início do séc. V AC, Xenophanes, interpretou correctamente as conchas
marinhas existentes nas colinas de paros chegando à conclusão que em tempos
passados , aquele local esteve coberto de mar.
Esta teoria foi negada na idade média, dizendo-se que este tipo de vestígios,
eram o resultados de “ brincadeiras da Natureza”.
Só na renascença e que ideias como “ brincadeiras de Natureza” , começaram a
ser metidas de lado. Também na renascença surge Leonardo Da Vinci (séc XIV a
XV). Este foi o primeiro a investigar e interpretar a importância dos fósseis, dando uma
explicação mais credível para a presença de conchas no topo dos montes. Da Vinci
concluiu que os fosseis eram restos de organismos marinhos contemporâneos da formação
das rochas. Desde então, o conhecimento não parou de evoluir.
Apesar da Estratigrafia ser uma ciência relativamente recente ( 1913), já
Nicolaus Steno( 1638-1686), tinha dado a definição de estrato : “ Unidade de
tempo ou deposito limitado por superfícies horizontais com continuidade
lateral”.Steno, também instituiu o “ Principio da Sobreposição dos Estratos” e
o “Principio da horizontalidade”.
Giovanni Arduind (1719-1767) distinguiu quatr tipo de materiais que classificou
como: Primários (Rochas não estratificadas) secundários ( Rochas
estratificadas), Terciários (formadas com restos dos anteriores) e Vulcânicas.
Lehman ( 1719 -1767), usou o “principio da sobreposição de estratos “ ,
apresentado por Steno, e deu a sua maior
contribuição ao fazer o levantamento das primeiras series estratigráficas.
Conde de Buffon (1707-1788) foi o primeiro cientista a admitir que a Terra
teria sofrido alterações de continentes e marés.
Wener (1749-1817), conhecido pelo atraso no programa da geologia, por esta
altura, defendia a teoria “Neptunista”. Esta teoria foi de encontro com a
teoria “plutonista” de Hutton.
Hutton, médico de formação, foi o primeiro autor a interpretar correctamente a
descontinuidade angular.
Mais tarde o Inglês William Smith (1765-1836) fez o levantamento dos primeiros
mapas geológicos, tendo provado que em cada grupo de estratos continha um tipo
de conteúdo fossilífero característico. – “Princípio da Correlação”
Bibliografia:
http://terrafosseis.blogspot.pt/search?updated-min=2013-01-01T00:00:00-08:00&updated-max=2014-01-01T00:00:00-08:00&max-results=1